sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

AOS BALAIOS AS BATATAS!


Fevereiro, dia 19 do ano de 2009. A convocatória era para que todos se fantasiassem de balaios e fossem momescamente festejar a manutenção da liberdade do Maranhão.
Na ordem do dia, o julgamento pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da cassação do mandato do governador Jackson Lago, acusado de praticar compra de votos e beneficiar-se de convênios assinados no governo anterior de José Reinaldo Tavares, que permitiram sua eleição em 2006.
Como por aqui nada é genuíno, o governo do estado tratou logo de garantir a movimentação necessária e decretou, a partir da tarde, ponto facultativo nas repartições públicas, a prejuízo dos contribuintes, para permitir que os servidores assim fossem induzidos a participar da farra.
Adicionalmente, manejou facções do movimento social organizado, que, ao longo dos últimos dois anos, lambuzaram-se de cargos e outras benesses que o clientelismo do governo premiou. Passeatas no centro da cidade de São Luís, vindas de todos os lados, enchendo as ruas aos sons de batucadas e vozes de entusiasmo, além, é claro, dos repetitivos gritos de fora Sarney! E se deus quisesse: fica Jackson! Todos em fúria rumo ao Palácio dos Leões para assistir ao julgamento.
Valia mais ali era se opor à sanha sarneista de tomar o poder no tapetão. Jamais em tempo algum foi analisado ou questionado o valor das provas dos autos. Tampouco, se o governo eleito encarnaria alteridade ou alguma forma de nova política para o povo. A julgar apenas pelos atos de que é acusado, é trocar seis por meia dúzia.
Mas faltou gente muito importante. Faltou Gerô, compositor popular, que a esses tipos de atos sempre se fez presente e lá gostava de cantar seus improvisos escrachados, suas esculhambações as figuras públicas da vez.
Desta feita não deu. Gerô anos antes tinha sido silenciado e morto pela polícia de Jackson. Negro, foi assassinado aparentemente porque teria sido confundido com ladrão. Sabe como é, né. Preto ladrão melhor nem julgar; a polícia resolveu logo ali a questão.
É por essas e por outras que me pergunto: em qual sentido as políticas adotadas por Jackson libertaram mesmo o Maranhão? Qual foi a novidade? Faltam ao povo lucidez e razão.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

JOÃO CASTELO E A FÁBULA DAS FARDAS DAS CRIANCINHAS


Deu no imirante.com, de hoje (14). O prefeito de São Luís, João Castelo, vetou projeto de lei de criação do ex-vereador Jota Pinto que estabelece o fornecimento gratuito de uniformes escolares aos alunos da rede municipal de ensino.
Dentro do balde de maldades perpetradas na campanha do prefeito eleito, a promessa de distribuição gratuita de uniformes, cadernos, etc... com certeza deve ter sensibilizado alguns incautos ( ou seriam maliciosos) pais ávidos por esmola do poder público. Agora, ante a maldade do coração do prefeito, que vetou a lei, terão que conduzir seus filhinhos quase nus aos bancos das escolas do município.

Que os pais mereçam o castigo pela vil esperteza não é de causar grande comoção. Afinal, acreditar nesse tipo de embromação os iguala ao repertório de espertezas que Castelo pode fazer. Cruel, entretanto, é fazer nossas criancinhas sofrerem tamanha humilhação. O que mais virá por ai desse balaio?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

DIVERSIDADE


da diversidade
de zanga com o prosaico
lugar onde se vai ou fica
um verso de rio
não importa qual torrente

ou é o vento que não cansa de ir

diversidade
um ponto entrementes
entremeado ao caos
cansaço
que se maltrata

ou é o desvão
a escorregar,
fugir por entre os dedos e dentes
quando quase tudo já era

diversidade
solidão de muitos
cada vez mais poucos
pois te vejo passando
escape ao mundo
escápula da minha morada

sábado, 7 de fevereiro de 2009

AVENIDA DOS HOLANDESES DE GRAMA NOVA

Um fato chamou-me atenção segunda-feira. Passei o resto da semana observando seu desenvolvimento para certificar-me do que tinha visto era mesmo verdade.
A prefeitura de São Luís iniciou trabalhos de paisagismo na avenida dos Holandeses no Calhau. Presenciei o início dos trabalhos logo cedo. Havia, para comandar a equipe de jardineiros, algo assim como quatro ou cinco assessores como se fossem dar início a uma obra muito importante. Mas fiquei incrédulo mesmo ao observar que além de plantar algumas mudinhas, os jardineiros apressavam-se em revolver a grama já existente e substituí-la (pasmem) pelo replantio de nova grama. Isso mesmo! Onde seria suficiente apenas aparar a grama, a prefeitura achou mais conveniente substituir toda a grama do canteiro. Veja o desperdício e a utilização inadequada dos recursos públicos, posto que há inúmeros canteiros de avenidas em São Luís que são tomados por mato, sendo justificável plantar grama nestes que estão abandonados.
O episódio remete-nos obrigatoriamente à reflexão. O que justifica fazer o replantio de grama na avenida dos Holandeses, que só necessita de manutenção frente ao abandono das outras vias? Será que a prefeitura quer chamar atenção da população e demonstrar que está trabalhando, utilizando-se da localização privilegiada da avenida para dar visibilidade a esse feito? Se for isso, começou muito mal a administração do prefeito Castelo. O mau uso e o desperdício da verba pública são deploráveis e não podem ser aceito.