quinta-feira, 15 de abril de 2010

SATCHMO PRODUÇÕES PREPAROU UMA AGENDA MUSICAL ESPECIAL PARA VOCÊ. CONFIRA!


Paulo Pellegrini, músico e pesquisador e aficionado dos Beatles, faz neste sábado (17) uma apresentação solo voltado para a produção de Paul McCartney com base na experiência adquirida como tecladista, backing-vocal e compositor da extinta banda Daphne, uma das pioneiras do rock e do pop-rock em São Luís.
Atualmente, Paulo é vocalista, guitarrista e compositor da banda Mr.Simple, que também segue a linha do rock e tem se apresentado em diversos locais da cidade. O show acontece a partir das 21h no bar e restaurante Marisco, na Lagoa da Jansen (veja o flyer em anexo).

PEDRO SOBRINHO É MIX DE COISA BOA


Eis o convite para o Marisco, na sexta-feira, dia 16, a partir das 21h30..O marisco fica na Lagoa da Jansen (na rua da Rede Club). Vá curtir uma música ambiente dançante, em um espaço vip e limitado. Um mix de coisas boas no setlist do DJ Pedro Sobrinho. Dê uma sacada na filipeta...

AUGUSTO PELLEGRINI TRIO É DE ENCANTAR. CONFIRA!


Se a quinta-feira foi santa, o que se dirá de 15 de abril? É o que se deve estar perguntando o respeitável público que lotou o Marisco para ver Augusto Pellegrini e Trio. A apresentação foi elevada, magnífica. No dizer de uma das presentes “foi lindo, lindo...!”.

Tais exclamações só podem mesmo coroar e confirmar um show bem cuidado no repertório, que sempre traz novidades a cada apresentação e é elaborado com esmero e carinho pelos músicos no decorrer da semana, quando são realizados os ensaios.

Pois bem. Nesta quinta (15), Augusto Pellegrini e Trio voltam a se apresentar no Marisco, a partir de 21h, trazendo mais novidades em jazz, bossa e old times pop. Agora é sua vez de saborear!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Augusto Pellegrini e Trio em jazz, bossa e old times pop


Foto: Evandro Filho

Se a quinta-feira foi santa, o que se dirá de oito de abril? É o que se deve estar perguntando o respeitável público que lotou o Marisco para ver Augusto Pellegrini e Trio. A apresentação foi elevada, magnífica. No dizer de uma das presentes “foi lindo, lindo...!”.
Tais exclamações só podem mesmo coroar e confirmar um show bem cuidado no repertório, que sempre traz novidades a cada apresentação e é elaborado com esmero e carinho pelos músicos no decorrer da semana, quando são realizados os ensaios.
Pois bem. Nesta quinta (8), Augusto Pellegrini e Trio voltam a se apresentar no Marisco, a partir de 21h, trazendo mais novidades em jazz, bossa e old times pop. Agora é sua vez de saborear!

O QUÊ: Augusto Pellegrini e Trio em jazz, bossa e old times pop
ONDE: Bar e restaurante Marisco - Lagoa da Jansen, ao lado do antigo bar Maloca. Couvert artístico R$ 10,00 reservas: 32689271
QUANDO: Quinta-feira 08/04, a partir das 21 h.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

RETALHOS E REBOTALHOS


Este conto quem me enviou foi Augusto Pellegrini. Publico-lhe para apreciarmos.


Ricky López é um saxofonista tenor que também ataca de alto. Ele se chama Ricardo Porfírio Máximo de Souza Lopes, nascido em Oliveira dos Brejinhos, no sertão baiano, soprador de berrante, tocador de bois, mas hoje é Ricky López, músico que tenta a vida nos Jardins, o Éden incrustado na Paulicéia, o sax, as luzes, o agitado e frenético “way of life”.
Ricky mora no primeiro andar de um prédio de apartamentos com jardim verde-florido e tudo mais, cinzeiro, cigarro, camisa amarrotada e copo d’água pela metade, o cenário enfeitado por uma pirogravura mostrando a fachada da antiga Faculdade de Medicina e um calendário de parede Pan-Am, mostrando aqueles lugares da Alemanha e da Suíça que estão definitivamente fora do nosso alcance e do nosso bolso e da nossa cultura.
Sapato tombado de lado, meia revirada, mesa de centro com capas de discos de vinil – Lester Young, Cannonball Adderley, Jimmy Giuffre – Ricky López “wants to be on the top”.
Mas Ricky Porfírio anda arregaçando com os nervos.
Primeiro a adaptação. Afinal, começara tocando na banda da brejeira Oliveira, aprendendo o sopro com o tio Emérito – “olhe aqui, menino, isto é uma palheta, isto é um bocal, o saxofone é mais bonito, tu ficas bem com o instrumento no pescoço!” – na verdade, ele mais parecia um boi de parelha com aqueles arreios todos e o pescoço pendido para baixo, feito bago de uva, mas ele não deixou por menos, soprou e soprou, aprendeu a diferenciar fusas de semi-fusas, e percebeu que existia algo mais do que o bonito, algo muito mais sensual e humano na voz do sax-tenor,nas curvas do sax-tenor, no “sax-so-funny”, no “sex-soul-phony”, com todos os seus tentáculos e todas as suas ventosas, as tentações do vício, as tentações da carne, as tentações da noite, a carta da tia chorosa, da tia Jerusa, - “volta, filho, vem de volta tocar seu bombardino nas festas da cidade, deixa isso de aventura, chega de tanta querência, tio Emérito está esperando, já está com oitenta mas ainda é forte e parrudo, ainda apronta suas chamuscadas nos forrós da praça, ainda curte a sua cana brava na vida caiana!”.
Mas Porfírio foi ficando, foi se adaptando à metrópole, passou longe do demônio dos vícios, soprou numa festa de estudantes de direito e caiu no gosto dos presentes – “toca Summertime!!, toca Stardust”” – e ele que só sabia soprar o Cego Laurentino, mas na calada das madrugadas foi se esgueirando por entre as casas musicais, e foi se habituando com o vibrato de Coleman Hawkins ou com a enxurrada de notas de John Coltrane nas noites solitárias ou nos dias de granizo.
Nascia Ricky López, artista de jazz, paletó largo, camisa estampada e colorida, sapato branco e dedos ágeis, apertando aqui e ali, acariciando a coluna dorsal do seu sax dourado, cujo brilho refletia todas as cores e todas as caras apesar da fumaça embaçada e da meia obscuridade das lâmpadas cada vez mais “dim”.
É preciso ser artista para ser artista.
É preciso ter persistência para enfrentar as portas batidas na cara quando à procura de oportunidades, é preciso ter estômago para não vomitar na cara daquele figurão que pensa que sabe tudo e te trata como um idiota, é preciso ter saco para aturar aquele público errado, sempre pedindo para você tocar aquela música que você não conhece ou que conhece e detesta, é preciso ter sorte para descobrir um emprego onde você possa dar asas às emoções das notas musicais, das suas notas musicais, bem entendido, e ainda ganhar o miseravelmente necessário para cobrir o mínimo das suas necessidades.
É preciso ser de pedra para aturar o desaforo daquele acretinado que pede para você tocar a música errada na hora errada, e vê-lo, um apanágio da incultura, gargalhar acompanhado pela fêmea mais “cover girl” do pedaço, ela também uma burra de penacho para concordar com aquela cara, com aquele jeito, com aquele mau gosto e provavelmente com aquele bafo.
É preciso ser falso para conseguir chegar ao prazer todas as noites tocando exatamente a mesma coisa, é preciso ser mágico para tentar encontrar naquela harmonia alguma nota ou alguma pausa escondida, alguma passagem que não seja rotineira.
É preciso ser um gênio para sair daquele buraco às quatro da manhã, observando a decadência pouco a pouco tomar conta de cada um dos “habitués” de voz pastosa, o garçom colocando três ou quatro doses a mais na conta – esta é para o santo – e a sempiterna reclamação que nunca resolve absolutamente nada.
É preciso ser um santo para estudar música seis horas por dia.
É preciso ser Deus para tocar como Charlie Parker