“No tênis eu perco até no par ou ímpar”
Antes de revelar uma atitude derrotista, essa frase, cunhada por Francisco durante o torneio SISTEC OPEN, ensina-nos muito sobre as virtudes de caráter que em todo momento estão sendo postas em seu limite no jogo de tênis e que deste certamente podemos extrapolar para a vida.
O tênis permite, sem dúvida, identificar e separar os verdadeiros campeões dos que preferem vencer a batalha de um ponto, não se importando tanto se para isso precisaram desconsiderar as regras, ou mesmo se aproveitaram da conveniência destas. Podem até vencer o jogo, mas não ganham a batalha da vida.
Esclareço melhor.
Durante a competição, Francisco teve seu jogo de primeira rodada não disputado por motivo de viagem de Marcelo, seu oponente. Poderia ali lhe ter aplicado o regulamento e vencido o jogo por W x O. Ao contrário disso, preferiu remarcar o jogo por várias vezes, sendo adiado sempre o embate por problemas de agenda.
Pois bem, no último agendamento, Marcelo não pode comparecer mais uma vez por motivos profissionais. Ocorre que os dois teriam que informar à organização do torneio o placar do jogo, considerando que não haveria mais tempo hábil para a realização da partida. Falando de seus celulares, Francisco saca com duas soluções para o problema e interpela Marcelo, sugerindo que poderiam resolver o jogo por meio de sorteio de moeda, ou seja, o cara-e-coroa. Conspiraram os deuses nesse jogo duríssimo e Marcelo revela bombasticamente que não dá para ser no cara-e-coroa porque ele não tinha ali nenhuma moeda. Então, Francisco com sua generosidade “smasha” definitivamente e propõe que o jogo seja resolvido no “par ou ímpar”. Depois de alguns momentos de hesitação, ambos concordam com o tipo de “match point sui-generis”, com a seguinte ressalva: como a disputa dar-se-ia por celular, certificaram-se de que tudo seria feito de forma honesta pelos dois. Fácil! Tudo resolvido!
Marcelo logo preferiu “par”. Ao nosso Francisco, assim, não sobrou alternativa aceitar o “impar”. Francisco então pergunta:
- Marcelo qual o teu palpite?
- Zero. E qual foi o teu?
Francisco responde:
- Eita diabo, perdi! Foi dois. No tênis eu perco até no “par ou impar”.
Pode ser engraçado, mas o episódio revela muito desse espírito campeão. Sempre lhe importou mais a disputa, afinal o torneio foi feito para isso. Vencer por W x O estava fora de cogitação.
Esse moço incorporou realmente o espírito esportivo, o sentido da coisa. Ou seja, do torneio. Muitos de nós nos aferroamos ao regulamento quando este nos traz uma vantagem. E nos sentimos confortáveis, afinal está escrito que quem não comparecer (não cumprir o disposto) perde o jogo e, principalmente, isso é importante se o oponente tiver melhor jogo que o nosso.
Não nos preocupamos com o crescimento propiciado pela disputa de uma partida mesmo que nosso rival tenha jogo mais desenvolvido; nem tampouco com a integração que essas oportunidades permitem, preferindo a frieza do resultado que só na aparência nos é favorável.
Sobretudo, essa disputa nos revela grandes valores que devem ser cultivados não só na quadra, mas em nossas ações do dia-a-dia. O respeito ao outro é fundamental para assegurar a dignidade de nossa existência, que deve ser alicerçada na firmeza de caráter demonstrada pela honestidade incondicional do ato deste rapaz.
Arrisco a dizer que Marcelo venceu o jogo, mas quem marcou os pontos foi Francisco, esse verdadeiro campeão.
Na mesma competição, Francisco ainda teve a oportunidade de aplicar mais dois W x O. Declinando da prerrogativa, jogou todas as partidas que foram vencidas por seus adversários. Aprendeu muitos golpes novos que trarão no futuro a evolução de seu jogo, mas ensinou muito mais com a grandiosidade de seu generoso gesto.
Antes de revelar uma atitude derrotista, essa frase, cunhada por Francisco durante o torneio SISTEC OPEN, ensina-nos muito sobre as virtudes de caráter que em todo momento estão sendo postas em seu limite no jogo de tênis e que deste certamente podemos extrapolar para a vida.
O tênis permite, sem dúvida, identificar e separar os verdadeiros campeões dos que preferem vencer a batalha de um ponto, não se importando tanto se para isso precisaram desconsiderar as regras, ou mesmo se aproveitaram da conveniência destas. Podem até vencer o jogo, mas não ganham a batalha da vida.
Esclareço melhor.
Durante a competição, Francisco teve seu jogo de primeira rodada não disputado por motivo de viagem de Marcelo, seu oponente. Poderia ali lhe ter aplicado o regulamento e vencido o jogo por W x O. Ao contrário disso, preferiu remarcar o jogo por várias vezes, sendo adiado sempre o embate por problemas de agenda.
Pois bem, no último agendamento, Marcelo não pode comparecer mais uma vez por motivos profissionais. Ocorre que os dois teriam que informar à organização do torneio o placar do jogo, considerando que não haveria mais tempo hábil para a realização da partida. Falando de seus celulares, Francisco saca com duas soluções para o problema e interpela Marcelo, sugerindo que poderiam resolver o jogo por meio de sorteio de moeda, ou seja, o cara-e-coroa. Conspiraram os deuses nesse jogo duríssimo e Marcelo revela bombasticamente que não dá para ser no cara-e-coroa porque ele não tinha ali nenhuma moeda. Então, Francisco com sua generosidade “smasha” definitivamente e propõe que o jogo seja resolvido no “par ou ímpar”. Depois de alguns momentos de hesitação, ambos concordam com o tipo de “match point sui-generis”, com a seguinte ressalva: como a disputa dar-se-ia por celular, certificaram-se de que tudo seria feito de forma honesta pelos dois. Fácil! Tudo resolvido!
Marcelo logo preferiu “par”. Ao nosso Francisco, assim, não sobrou alternativa aceitar o “impar”. Francisco então pergunta:
- Marcelo qual o teu palpite?
- Zero. E qual foi o teu?
Francisco responde:
- Eita diabo, perdi! Foi dois. No tênis eu perco até no “par ou impar”.
Pode ser engraçado, mas o episódio revela muito desse espírito campeão. Sempre lhe importou mais a disputa, afinal o torneio foi feito para isso. Vencer por W x O estava fora de cogitação.
Esse moço incorporou realmente o espírito esportivo, o sentido da coisa. Ou seja, do torneio. Muitos de nós nos aferroamos ao regulamento quando este nos traz uma vantagem. E nos sentimos confortáveis, afinal está escrito que quem não comparecer (não cumprir o disposto) perde o jogo e, principalmente, isso é importante se o oponente tiver melhor jogo que o nosso.
Não nos preocupamos com o crescimento propiciado pela disputa de uma partida mesmo que nosso rival tenha jogo mais desenvolvido; nem tampouco com a integração que essas oportunidades permitem, preferindo a frieza do resultado que só na aparência nos é favorável.
Sobretudo, essa disputa nos revela grandes valores que devem ser cultivados não só na quadra, mas em nossas ações do dia-a-dia. O respeito ao outro é fundamental para assegurar a dignidade de nossa existência, que deve ser alicerçada na firmeza de caráter demonstrada pela honestidade incondicional do ato deste rapaz.
Arrisco a dizer que Marcelo venceu o jogo, mas quem marcou os pontos foi Francisco, esse verdadeiro campeão.
Na mesma competição, Francisco ainda teve a oportunidade de aplicar mais dois W x O. Declinando da prerrogativa, jogou todas as partidas que foram vencidas por seus adversários. Aprendeu muitos golpes novos que trarão no futuro a evolução de seu jogo, mas ensinou muito mais com a grandiosidade de seu generoso gesto.
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