quarta-feira, 22 de abril de 2009

A LIGEIREZA DA POLÍTICA É PARA 2010


O momento da vida política do Maranhão é de uma riqueza sem precedentes, onde os dardos foram lançados e todos os atores da cena política se movem com ligeireza.
Grandes consequências hão de vir ao final desse parto. Com efeito, a rearticulação do grupo Sarney, no poder a partir da recondução da senadora Roseana ao Governo do Estado, fortalece a posição política saneista, que sabe como poucos usar a máquina administrativa e política para conseguir seus intentos.
No entanto, a feição conservadora de seu secretariado, construída com base nas velhas figuras políticas de outros carnavais tristes, demonstra que seu governo não apontará nada de novo, nem mesmo para as formas de gerir a oligarquia.
Uma outra banda da política está de quarentena, ou melhor, de volta ao sarcófago para putrefar até ser esquecida.
Antes disso, porém, irá muito lutar para manter os narizes à tona de qualquer jeito. Claro que me refiro aos “sem libertação” ligados ao cassado Jackson Lago do PDT, ao PSDB de Roberto Rocha, ao PSB de José Reinaldo Tavares e ao PT do ultra-sectário Domingos Dutra.
No entanto, a maior lição do desatino da administração cassada é a de que nenhum político, e não importa seu matiz ideológico, deve-se apartar do povo. Outra é que nem tudo em seu nome é permitido fazer. Não é permitido trapacear nas eleições ou depois governar às suas costas, lambuzando de mel a mão dos asseclas de plantão. Portanto, não chamai seu santo nome em vão. Ele costuma virar-se contra tais paladinos.
Aos da esquerda, a hora é da ação. Com método, reflexão e principalmente com o aprendizado do passado para não reeditá-lo agora. As possibilidades são efetivas e não podem ser desperdiçadas. Nesse particular, errou-se quando não se entregaram os cargos na gestão Jackson no instante que seu governo divorciou-se da política dos trabalhadores organizados. Também se errou por não denunciá-lo.
Li há alguns dias nota do PCdoB em que a agremiação se nega a participar do governo Roseana. É uma decisão adequada e esperada para quem vislumbra representar milhares de maranhenses que se encontram órfãos de representação ( afinal as lideranças de antiga oposição maranhense estão todas mortas politicamente ), mas não se deve parar por aí.
Os milhares de votos dados ao deputado Flávio Dino, nas eleições para prefeito de São Luís, em 2008, corroboram essa percepção. Todavia, é necessário gastar muita energia e vencer preconceitos políticos com o objetivo de articular uma aliança com todos os setores que desejam e tenham decência moral para construir conjuntamente uma alternativa produtiva cuja agenda de ações permita desenvolver o Maranhão e dar dignidade à vida de milhões de maranhenses ainda enredados na miséria.
Roseana já está jogando quando atraiu parcela do PT para sua equipe e, claro, o PT de Washington também o está, pois se fortalece para a disputa interna com Dutra e não somente. Cabe perguntar se o preço do desgaste político da decisão valerá a pena. Mas, enfim, estão fazendo política. A governadora tentou marcar outro ponto com a boataria sobre a participação do PCdoB no seu governo. Esse foi seu convite e um sim deixaria parcela significativa de cidadãos sem fala política. Por isso a nota do partido veio em bom tempo e em bom som.
Repito: há um enorme contingente de eleitores que estão na orfandade à espera de liderança para conduzi-los. Afinal, a fila anda e anda ligeira!

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