
Compositor foi mestre de uma técnica complexa que desafia músicos
“Fuga é uma técnica de composição baseada no contraponto, ou seja, na arte de sobrepor duas ou mais melodias, colocando nota contra nota. A fuga começa com um tema principal entoado por uma voz. As demais vozes entram uma a uma, todas iniciadas pelo mesmo tema. As vozes de uma fuga variam, usualmente, entre três a cinco. Mas fugas com oito ou dez vozes são comuns em formações orquestrais ou corais. O final da ópera Falstaff, de Guiseppe Verde, por exemplo, é uma fuga a dez vozes.
Bach foi mestre nessa técnica “de imitação” em que o mesmo material musical é repetido, iniciando-se com notas diferentes. A estrutura da fuga permite definir em quais intervalos o tema principal pode começar com uma voz. Trata-se de uma das formas de contraponto mais complexas, que, para ser aprendida, demanda a prática exaustiva de exercícios. Por isso, ao longo da história, sempre se relacionou o termo “fuga” á seriedade e à profundidade musical.
A partir do século 19, a “arte do contraponto” deixou de ser a forma privilegiada de composição. Mesmo assim, compositores como Mozart, Beethoven escreveram fugas como peças integradas a trabalhos maiores. No século 20, o contraponto imitativo aparece em obras como as Bachianas Brasileiras, de Heitor Villa-Lobos; no nuevo tango repleto de fugas e fugatos de Astor Piazzola; na Cool Fugue, de Leonrd Bernstein, no musical West Side Story, para não falar na bem-humorada So You Want a Fugue, do pianista Glenn Gould, que trata, justamente, das dificuldades para escrever uma fuga.”
Fonte: Revista Bravo: 100 Obras Essencias da Música Erudita, pg 30. setembro, 2008.
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