domingo, 19 de outubro de 2008

A esquerda ludovicense contra o jacksismo*


O governador Jackson Logo, ao apoiar a candidatura da direita reacionária (Castelo), dá um corte enviesado na sua biografia política que até então se colocava na luta pelo avanço da democracia em nosso estado. Converte-se, assim, como o mais novo projeto de oligarquia no Maranhão - agora, em associação com João Castelo, dissidente da oligarquia dos Sarney que dominou a política maranhense nas últimas quatro décadas.
No nosso Maranhão, os políticos têm devoção à formação de oligarquias. Não há rupturas, mas o seu recrudescimento em novos nomes. Jackson Lago é apenas o mais recente desse pretexto oligarca e isso já era evidente quando assumiu a prefeitura de São Luís pela primeira vez no final dos anos 1980. Ali pôs em prática o enriquecimento de seus amigos, vide os Teles. E esse foi o verdadeiro sentido que o "socialismo moreno" adotou por aqui: a distribuição da renda pela adição de mais uma família rica no estado. Por todo os critérios de análise, isso é mera concentração da renda e em nada difere da política praticada por Sarney.
Impõe-se, assim, como necessidade inadiável a superação desse arcaísmo político pela substituição do modo oligarca por formas de gerir o político com fortalecimento das ações dos partidos políticos e pela inclusão pela porta da frente dos movimentos sociais organizados.
É exatamente para ruptura objetiva desse nó górdio histórico - a forma oligarca como a prevalência de gerir e comandar o poder em nosso estado desde o último século (vide vitorinismo, sarneismo e, agora, o jacksismo) - que a candidatura de Flávio Dino vem-se contrapor e oferecer a novidade à política local.
Pela primeira vez na história maranhense, uma candidatura profundamente de esquerda tem a oportunidade de pôr em prática novas formas de estabelecer relações políticas diferenciadas das convencionais e de dar efetividade às políticas públicas que beneficiem diretamente a maioria da população, indo muito além das promovidas pelos atores oligarcas já conhecidas, a saber: fisiologismo, clientelismo, patrimonialismo, cooptação da massa e o personalismo.
Flávio Dino representa, portanto, avanço a tudo isso e por esta razão vem sendo perseguido e difamado pela ação mais violenta que a nova oligarquia perpetrou para conseguir seu intento de perpetua-se no poder. Trata-se, pois, de quebrar a profissão de fé da oligarquia. De libertar a nossa capacidade de fazer política.
A dita “neutralidade” política do governador Jackson Lago, nesta eleição municipal, está no escopo da campanha política difamatória de João Castelo. Mais um ato de surdina próprio a quem despreza opinião pública. Longe de transparecer um ato de estadista, revela todas as máscaras do atraso e seu compromisso com este.
Flávio Dino é um grande risco para eles por demonstrar grande poder de articulação política de esquerda e na sociedade civil organizada local e nacionalmente. Eis o grande medo que os Catelistas têm. E esse medo remete-os a mostrar sua face truculenta, arrogante, desleal e criminosa.
Tudo em conformidade com o clássico repertório político da direita raivosa, preconceituosa e fascista, que usa a propaganda para desvirtuar a imagem de seu oponente, quando todo o conceito da propaganda em si é subjacente a seus atos na vida política. Isso é história e já deveria estar sendo ensinado em nossas escolas como forma de garantir que esse modo de portar-se politicamente fosse alijado definitivamente da nossa sociedade.
Mas, a população de São Luís percebe claramente essas diferenças e saberá mostrar sua voz em favor do novo que bate a nossa porta.
Que venha o dia 26 de outubro!

*Celijon Ramos
Economista

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom. Rico em comentários da composição/história política maranhense, nos remetendo a um pensamento lógico de que estamos caindo em armadilhas ou artimanhas de alguns falsons políticos maranhenses.